Ainda existem muitos equívocos quando abordamos a temática da educação bilíngue.
Apesar de ser um assunto em evidência, ainda existem muitos equívocos quando abordamos a temática da educação bilíngue e o ensino de uma língua estrangeira nas escolas. O que realmente é benéfico para o desenvolvimento dos pequenos? Como pensar um contexto que promova “inputs” positivos que impactem a criança a querer mobilizar uma língua diferente da sua? Na Escola Projeto encontramos aspectos que declaram a intencionalidade pedagógica de uma prática progressista do ensino bilíngue, pensando no desenvolvimento integral e significativo para seus alunos. Exploraremos tudo isso, contrastando teoria e prática, o segredo para se aplicar a práxis no ambiente escolar.
Com o avanço das tecnologias e comunicação, ser fluente em mais de uma língua tornou-se mais que obrigatório, para além do sucesso profissional, como era pensado antigamente. Também se abandonou o lema, de que expor crianças pequenas a um segundo idioma poderia causar confusão mental e atraso de linguagem. Os novos mantras são outros, como: “quanto mais cedo melhor” (Abu-Rabia e Kahat, 2004) e “não existe desvantagens no bilinguismo” (Pettito e Dumbar, 2004). Então quais são os reais benefícios de estar em um ambiente escolar bilíngue?
De acordo com a classificação feita por Baker (2006), na Escola Projeto encontramos o que é conhecido como educação bilíngue de enriquecimento que “tem como objetivo proporcionar às crianças falantes de uma língua dominante o aprendizado de uma segunda língua na escola". Assim a língua estrangeira está inserida no cotidiano escolar de forma rotineira e harmônica, tirando o foco do aprendizado fragmentado da língua inglesa, valorizando práticas que promovem a aquisição de diferentes conhecimentos e linguagens, através da articulação de diferentes conteúdos mediados pela orientação verbal em inglês.
Essa organização escolar, promove uma formação global do sujeito, esse enfoque multilíngue e transdisciplinar, correspondem às habilidades que precisam ser desenvolvidas nos sujeitos para que possam ser bem-sucedidos, além de críticos e reflexivos. De acordo com Espinosa (2012) os benefícios da vivência bilíngue se aplicam em diferentes domínios: cognitivo; social; econômico; pessoal; comunicativo; cultural e acadêmico. Além dos dados concretos de pesquisas relacionadas a neurociência, apontando que a dinâmica do cérebro de pessoas multilíngues pode retardar doenças como Alzheimer, demonstrando os benefícios relacionados a saúde, da educação bilíngue.
Na Escola Projeto a relação com a língua estrangeira começa cedo, já no Infantil
III e segue até o 9º ano. Sabemos que as crianças por estarem desenvolvendo seu
vocabulário, demonstram facilidade para aquisição de uma segunda língua, facilitando
a mobilização do idioma de forma fluída (Abu-Rabia e Kahat, 2004). A Escola incentiva que todos seus professores estudem a língua estrangeira. A possibilidade de ter situações de aprendizagem pensadas por profissionais que passaram pelo aprendizado da língua, potencializa a oportunidade de aquisição de conhecimentos por parte das crianças, pois o professor reconhece os processos, facilidades e dificuldades de se relacionar com uma língua diferente da sua. Dessa forma conseguimos pensar ambientes e experiências educativas com uma grande carga de “input” positivo (Krashen) promovendo a autonomia, valorizando as hipóteses de linguagem, evitando bloqueios que afetem os filtros afetivos dos discentes.
A lista de benefícios é gigantesca e com as novas pesquisas cada vez mais pontos positivos se destacam em encontrar uma escola bilíngue que ofereça uma prática
organizada e significativa, como na Escola Projeto. Que continuamente investe no seu
grupo de professores, por meio do grupo de estudos e planejamento do projeto bilíngue
da escola, pensando na “professoralização” (Villela, 2013) e em práticas significativas
para o ambiente escolar, embasada nas melhores teorias do bilinguismo e daqui para
frente nas Diretrizes Curriculares para Educação Bilíngue.
